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OPINIÃO: O Leãozinho precisa formar e ganhar

Fortaleza na Copinha
Foto: Gero Rodrigues

A discussão na formação das categorias de base é sempre a mesma há anos: “ganhar ou formar?” E a resposta tentadora é de que formar é mais importante do que ganhar na base. No entanto, uma das autoridades em futebol no mundo, o professor da Universidade Federal de Viçosa, Israel Teoldo, põe fim nessa falsa dicotomia ao declarar a grande verdade: “É importante formar ganhando.”

Sofrer pressão, eventualmente se frustrar e, claro, lutar pelo resultado esportivo são elementos que deveriam fazer parte da formação de atletas. O Fortaleza, por muito tempo, não estava pronto para essa dicotomia, pois pouco ganhava e pouco formava. O clube vem crescendo e se estruturando no futebol masculino profissional, mas a diretoria do Leão sabe do anseio de “tirar o atraso” das categorias de base.

Por isso, trouxe um nome de peso para treinar o sub-20, Leandro Zago. Por isso, trouxe um novo Executivo para as categorias de formação. E, por isso, tem investido em tecnologia e estrutura para, a partir disso, começar a se gerar resultados. A classificação histórica do Campeonato Brasileiro sub-17, no ano passado, e o avanço de fase na Copinha, nesta última semana, mostram que existe um trabalho em processo. Ao mesmo tempo, quando olhamos para apenas cinco jogadores formados nas categorias de base do Fortaleza no elenco principal, notamos que ainda não deu tempo do trabalho prosperar.

Não há dúvidas de que o investimento no Leãozinho tem sido feito, mas algumas coisas precisam ser observadas. Quantos jogadores cearenses surgem da base? Os jogadores têm sido formados desde que idade no clube? Esses dois pontos são de extrema importância, pois não podemos perder talentos “domésticos” para quem está fora. Caso isso aconteça, não podemos elogiar o trabalho de captação.

Contratar apenas para sub-17, sub-20, sub-23 até pode trazer resultados, mas se não consigo moldar determinado jogador de acordo com o modelo de jogo da minha equipe, ele não terá fase de iniciação e nem de desenvolvimento. Na verdade, ele não será nem formado no clube. Dito isso, cravar se o trabalho realizado na base é excelente ou péssimo é só pressa. O resultado pode ser avaliado, de fato, daqui seis ou sete anos, quando os meninos que estão na iniciação esportiva vão ter idade profissional. O Leão precisa cada vez mais da garotada para ser um clube de futebol ainda mais profissional. A base de hoje é o profissional de amanhã, ou pelo menos deveria ser.

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