OPINIÃO: Competitividade ou gratidão?

A última temporada mal chegou ao fim, mas o Fortaleza e os demais clubes da Série A já deram início aos preparativos para mais um ano entre os protagonistas do futebol brasileiro. O tradicional “vai e vem” do mercado da bola segue à todo vapor e, entre especulações e anúncios oficiais, o Leão do Pici tem o objetivo de qualificar o elenco à disposição de “El Jefe” Vojvoda para o sexto ano consecutivo do Tricolor de Aço na Série A.

Para 2024, o Leão deve passar por uma verdadeira reformulação em seu elenco, diretamente condicionada pela saída de jogadores que não irão fazer parte do planejamento da comissão técnica para a próxima temporada. Artilheiro do Fortaleza na Copa Sul-Americana e Libertadores, o atacante Guilherme segue dividindo opiniões da torcida tricolor: de um lado, há aqueles que apreciam o esforço e dedicação do camisa 29 e desejam sua permanência no Pici. Do outro, torcedores gratos pelo rendimento do ponta-esquerda em 2023, mas que querem um nome de maior impacto para o setor ofensivo do treinador argentino.

O fato é que dificilmente Guilherme irá conseguir superar seus números da última temporada, considerada uma das melhores ou até mesmo a melhor de sua carreira. O investimento exigido pelo Grêmio, clube detentor de seus direitos econômicos, é considerado elevado e talvez até precipitado se levarmos em consideração que Machuca tem tudo para se tornar o titular natural da ponta esquerda do Fortaleza e Pedro Rocha busca se redimir por praticamente um ano inteiro afastado dos gramados por lesão, além de ainda possuir contrato válido com o Leão.

O “Amado”, portanto, surge como o principal candidato a deixar o Fortaleza em 2024 entre os pontas presentes no elenco atual. A decisão da diretoria irá determinar qual rumo a “nova era” do clube irá seguir, pois já cansamos de ver movimentos do Leão no mercado para repatriar ou renovar com jogadores como uma forma de “recompensá-los” pelo bom rendimento com a camisa vermelha, azul e branca, a exemplo de nomes como Edinho, Junior Santos e Osvaldo.

A cultura de um time vencedor não pode depender apenas de “gratidão”, mesmo que seja de imensa importância para o seu crescimento. O Fortaleza, agora a mais nova SAF do futebol brasileiro, precisa olhar para o futuro e deixar para trás o passado se quiser competir contra os chamados gigantes da Série A.

ÚLTIMA JANELA DE TRANSFERÊNCIAS DO FORTALEZA

Com a contratação de Imanol Machuca junto ao Unión Santa Fé, o Leão garantiu o seu quinto reforço na atual janela de transferências. O argentino se junto ao atacante Marinho, ex-Flamengo, o lateral-esquerdo Escobar, ex-UD Ibiza, da Espanha, o zagueiro Tobias Figueiredo, ex-Hull City, da Inglaterra, e o volante Pedro Augusto, ex-Tondela, de Portugal.

Os cinco novos jogadores do Fortaleza para a disputa do mata-mata da Copa Sul-Americana e sequência da Série A do Campeonato Brasileiro são considerados “oportunidades de mercado” e “reforços pontuais” para o elenco de atletas à disposição da comissão técnica de “El Jefe” Juan Pablo Vojvoda.