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OPINIÃO: O dilema tático de Vojvoda

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Foto: Júlio Caesar.

Desde que o técnico argentino Juan Pablo Vojvoda assumiu o comando do Fortaleza, a equipe tem passado por uma série de altos e baixos. Embora suas ideias inovadoras e abordagem ofensiva tenham sido elogiadas inicialmente, parece que o esquema de jogo com duas referências de ataque tem se mostrado ineficiente e limitante para o Leão do Pici.

Não há dúvidas de que Vojvoda trouxe uma perspectiva diferente para o clube, com uma filosofia de jogo baseada na posse de bola, movimentação intensa e muita pressão sobre o adversário. No entanto, ao optar por escalar duas referências no ataque, ele parece ter criado um dilema tático que prejudica a fluidez e a efetividade do time.

A escolha por uma formação com dois atacantes pode até ser considerada corajosa, mas é preciso entender o contexto e a capacidade do elenco. O Fortaleza, embora conte com alguns jogadores talentosos, não possui peças de qualidade suficiente para sustentar essa estratégia. O sistema com dois atacantes exige um alto nível de entrosamento, sincronia e qualidade técnica, o que pode ser difícil de alcançar com o atual elenco.

Além disso, a insistência em dois atacantes acaba expondo as fragilidades do meio-campo e sobrecarregando a defesa. A equipe tricolor acaba tendo menos jogadores para trabalhar a bola e criar oportunidades, o que resulta em um futebol previsível e de fácil marcação para os adversários. A falta de objetividade nas jogadas ofensivas tem sido um problema recorrente.

Um outro ponto a ser considerado é a dependência de um sistema tático específico. O Fortaleza, em algumas partidas, mostrou-se incapaz de se adaptar a diferentes situações de jogo, tornando-se previsível para os adversários que, com um estudo aprofundado do esquema, conseguem anular suas principais jogadas.

Não estou sugerindo que o técnico Vojvoda seja responsável por todos os problemas do Fortaleza. Longe disso. Ele trouxe conceitos interessantes e pode ter sucesso em outros contextos ou com um elenco mais adequado à sua filosofia. Contudo, é crucial que ele esteja aberto a repensar sua abordagem tática para o atual momento do clube.

Uma possível alternativa seria explorar formações mais equilibradas, com um único atacante central, liberando mais jogadores para atuar no meio-campo e fortalecer a criação de jogadas. Isso daria ao Fortaleza maior versatilidade e tornaria o time menos previsível para os adversários.

Em conclusão, a forma como o técnico Vojvoda vem dispondo o time para os jogos, com uma formação de dois atacantes, parece estar dificultando a objetividade e a eficiência do Fortaleza. É preciso repensar a estratégia tática para que a equipe possa evoluir e alcançar melhores resultados. O futebol é um esporte dinâmico, e as adaptações são fundamentais para o sucesso a longo prazo.

Utilização de Lucero e Galhardo juntos no ataque do Leão segue dividindo opiniões entre a torcida tricolor. Foto: Mateus Lotif.

MERCADO DE TRANSFERÊNCIAS DO FORTALEZA

Após a reabertura do mercado da bola, o Fortaleza e os demais clubes do futebol brasileiro já intensificaram os trabalhos nos bastidores para encaminhar a contratação de novos reforços para a sequência da temporada. No entanto, o Leão também precisa encontrar soluções para atletas que não fazem parte do planejamento da comissão técnica, como é o caso do lateral-esquerdo Lucas Esteves, contratado por meio de empréstimo junto ao Palmeiras, que deve deixar o Pici antes mesmo do fim de seu contrato.

No início da atual janela de transferências, o lateral-esquerdo de 23 anos despertou o interesse de clubes do futebol exterior, conforme apuração do Jornal O POVO, porém, cada vez mais próximo do encerramento de julho, nenhuma proposta parece ter sido encaminhada ao Fortaleza ou Palmeiras, dono de seus direitos econômicos. Os últimos dias do mercado serão cruciais para definir o futuro de Lucas Esteves, que vem encontrando dificuldades até mesmo de ser relacionado para as partidas do Leão.

A expectativa é que Lucas Esteves receba cada vez menos oportunidades para atuar sob o comando de Juan Pablo Vojvoda, principalmente após a chegada do mais novo camisa 33 do Leão, Gonzalo Escobar. O lateral-esquerdo argentino chegou ao Pici a pedido do comandante técnico tricolor para oferecer competição à posição de titular absoluto de Bruno Pacheco.

Com cada vez menos espaço na equipe titular de “El JefeVojvoda, Esteves entrou em campo em apenas sete partidas na atual temporada, tendo concedido apenas uma assistência em sua passagem pelo Fortaleza. O último jogo disputado com a camisa vermelha, azul e branca ocorreu no dia 26 de abril, contra o Águia de Marabá, pela Copa do Brasil 2023.

Lucas Esteves não deve mais vestir a camisa do Leão em 2023. Foto: Leonardo Moreira.

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