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OPINIÃO: No segundo Clássico-Rei de 2023, Vojvoda provou que também é humano

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Foto: Lucas Emanuel/Gazeta Press.

O Fortaleza entrou em campo no último domingo diante de seu grande rival, Ceará, pelo primeiro Clássico-Rei realizado na Arena Castelão desde a finalização de suas obras. “El Jefe” Juan Pablo Vojvoda decidiu entrar em campo com uma equipe mista, no intuito de oferecer descanso aos jogadores que participaram da goleada sobre o Deportivo Maldonado na Libertadores. O Alvinegro, por outro lado, iniciou o jogo com força máxima e encarou o dérbi, mais uma vez, como se fosse uma final de campeonato. O resultado? 2 a 0 inquestionável para a equipe de Gustavo Morínigo.

Apesar das críticas de inúmeros torcedores, o treinador argentino do Fortaleza não errou ao utilizar um time reserva no Clássico-Rei da Copa do Nordeste, mas foi infeliz na escolha de alguns atletas que iniciaram a partida. Por conta da idade, é natural que um jovem como Sammuel se prontifique para atuar em qualquer posição que o técnico deseje. O improviso é aceitável em determinados contextos, porém, o confronto entre Fortaleza e Ceará não é um desses casos. O meia de origem ficou completamente sobrecarregado diante de uma noite inspirada do atacante Erick.

Além disso, Silvio Romero e Juan Martín Lucero juntos como a dupla de ataque titular foi uma opção questionável tendo em vista a falta de mobilidade que os dois apresentam em campo. Isso não é uma crítica aos atacantes, mas uma constatação das características de ambos jogadores, que se sentem mais confortáveis dentro da grande área. Sem pontas de velocidade ou a dinâmica de Thiago Galhardo, o Fortaleza teve dificuldades para construir jogadas para os argentinos.

No segundo Clássico-Rei da atual temporada, Vojvoda provou que também é humano, pois errar é natural. Está tudo bem, nada disso influencia no gigantesco respaldo que o treinador construiu no Pici, em uma passagem marcada por muito mais acertos do que erros. Lucas Crispim deveria ter entrado em campo como ala-esquerdo em um 3-5-2? Guilherme poderia ter iniciado no lugar de Silvio Romero? São questionamentos inevitáveis após uma exibição apática do Fortaleza.

Nenhum torcedor gosta de perder um clássico, mas prioridades tinham que ser estabelecidas. O jogo contra o Ceará não interfere na temporada do Tricolor de Aço de forma alguma. Para além disso, o revés nem sequer fez cócegas ao atual campeão nordestino, que segue na liderança de seu grupo na maior competição regional do futebol brasileiro. Agora, é hora de levantar a cabeça e focar no que realmente importa: o duelo contra o Cerro Porteño pela Copa Libertadores da América.

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