OPINIÃO: Um problema tático que passa por falta de peças

Quando “El Gato” foi anunciado, a torcida imaginava um “super ataque” no Fortaleza com a presença de Yago Pikachu, Thiago Galhardo, o próprio Lucero, Moisés e até mesmo Silvio Romero, o “Rei de Copas” como opção. A defesa tricolor, por outro lado, não passava tanta confiança assim. Emanuel Brítez não começou bem a temporada, Titi não brilhava e Benevenuto parecia ter “parado” em 2021.

Agora, na disputa do Brasileirão, o Fortaleza ostenta a terceira melhor defesa e apenas o décimo melhor ataque. Mas, afinal, o que será que mudou? A resposta é simples, as peças foram alteradas. Hoje, o “super ataque” do Fortaleza não possui ninguém de confiança atuando pelo lado esquerdo do campo após a saída de Moisés rumo ao futebol mexicano.

A estratégia que consiste em jogar sem um ponta-esquerda de ofício, com Bruno Pacheco ocupando o espaço no corredor, não tem funcionado. Apesar do lateral-esquerdo jogar bem, ele não possui a projeção ofensiva ou o ataque à última linha adversária como suas características. Taticamente, o camisa 6 do Fortaleza não vai tão bem distante da bola em um cenário ofensivo.

A importância de se jogar com dois pontas é tamanha que o gol da vitória do duelo entre Fortaleza e Athletico saiu dos pés de um ponta-direita. Pikachu só tinha condições de jogo no lance decisivo da partida graças ao ataque sem bola de Guilherme à última linha de marcação, o que fez com que a defesa do Furacão recuasse e deixasse o camisa 22 do Leão livre para balançar as redes adversárias e garantir os três pontos na Arena Castelão.

O Fortaleza tem se tornado um time cada vez mais previsível e isso ocorre, principalmente, pela ocupação de muitos jogadores nos mesmos setores do campo. “El Jefe” Vojvoda precisa encontrar alguém para ocupar o corredor esquerdo para ontem. Uma nova peça, portanto, não é futilidade, é uma necessidade para o Tricolor de Aço.

MERCADO DE TRANSFERÊNCIAS DO FORTALEZA

Após anunciar seus quatro primeiros reforços desde a reabertura do mercado de transferências, o Fortaleza segue trabalhando nos bastidores para encaminhar novas contratações para o elenco de jogadores à disposição da comissão técnica tricolor. Conforme informado anteriormente, o Leão havia demonstrado interesse na contratação do atacante Lucas Braga, do Santos, como uma possível nova aquisição para seu setor ofensivo, porém, um acordo pelo jogador está cada vez mais distante.

Após a chegada do recém-contratado técnico Paulo Turra ao Santos, a venda de Ângelo ao Chelsea e os afastamentos de Soteldo e Daniel Ruiz, o alvo do Fortaleza para a atual janela de transferências surge como a principal alternativa para os problemas no ataque do Peixe. De acordo com informações do Globo Esporte, o jogador de 26 anos foi muito bem avaliado pela nova comissão técnica do clube paulista nas últimas sessões de treinamento e a tendência é que Lucas Braga receba cada vez mais oportunidades na equipe titular para a sequência da temporada.

O Fortaleza chegou a formalizar uma proposta pela transferência de Lucas Braga, mas os valores não alcançaram as demandas da diretoria do Santos. Em seguida, o Leão ofereceu uma lista de jogadores que poderiam ser envolvidos com o objetivo de fechar o acordo, mas os nomes não agradaram o clube paulista. O atacante possui contrato válido com o Santos até 30 de abril de 2026 e o gigante do futebol brasileiro detém 80% dos direitos econômicos do atleta.

As negociações devem ser encerradas após duas investidas do Fortaleza pelo camisa 30 do Santos. Os valores envolvidos no possível investimento fariam de Lucas Braga a contratação mais cara da história do clube por uma ampla margem, ou seja, não são considerados realísticos para os parâmetros do Tricolor do Pici no mercado da bola. O jogador não chegaria ao Pici com status de estrela ou seria unanimidade na equipe titular do técnico Juan Pablo Vojvoda. O Leão deve procurar novas alternativas para seu setor ofensivo.