Em sua primeira temporada à frente do Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda surpreendeu o futebol brasileiro com uma proposta de jogo ofensiva e um esquema tático que privilegiava uma linha de três zagueiros e dois alas, algo bastante incomum nas últimas temporadas da Série A. Lucas Crispim e Yago Pikachu brilharam sob o comando do treinador argentino e se apresentaram como duas das principais “armas” do 3-5-2 do Leão naquele vitorioso ano que rendeu ao clube a quarta posição do Campeonato Brasileiro.
Entretanto, no futebol moderno, é muito raro que um time consiga sustentar um mesmo padrão de jogo por temporadas consecutivas e, no caso do Fortaleza, não foi diferente. Em 2022, apesar de contar com um elenco curto e limitado, Vojvoda conseguiu extrair o melhor de seus jogadores, mas, antes disso, foi obrigado a se reinventar para superar as dificuldades impostas pelos rivais da elite do futebol nacional, que passaram a se adaptar cada vez mais ao modelo de jogo do técnico do Leão.
Após a saída de Yago Pikachu e a chegada dos reforços para o returno do Brasileirão de 2022, “El Jefe” passou a utilizar variações do 4-3-3 em suas escalações, com uma linha de defensores que passou a adquirir confiança com a chegada de Emanuel Brítez. Foi somente após promover mudanças em seu estilo de jogo que Vojvoda conseguiu afastar a equipe da zona de rebaixamento.
Na atual temporada, a situação é diferente. Com uma base consolidada e o investimento em contratações para todos os setores do elenco, a comissão técnica do Fortaleza não precisou enfrentar dificuldades para modificar seu esquema tático. Na realidade, o desempenho dos jogadores nos treinamentos e nas partidas fizeram com que o 3-5-2 retornasse ao Pici, mas, desta vez em um novo formato.
Diante do rendimento abaixo da expectativa de Yago Pikachu e a ascensão de jogadores que chegaram em 2023, Vojvoda passou a abdicar dos alas que o consagraram em sua primeira temporada no Fortaleza. Agora, o Leão joga com três meias de articulação. Lucas Crispim se mantém como um construtor pela esquerda, fazendo a recomposição do setor defensivo quando necessário. Calebe, contratação mais cara da história do clube, desempenha uma função semelhante, mas participa da criação pelo corredor direito. Tomás Pochettino, por sua vez, atua mais centralizado, como o verdadeiro “camisa 10” da equipe.
Além disso, os três meias do Tricolor do Pici podem contar com a cobertura dos volantes Hércules e Caio Alexandre, que possuem a característica de se apresentarem em todos os setores do campo. Se o novo 3-5-2 irá se manter como o esquema tático preferido de Vojvoda, somente o tempo e os resultados irão dizer, mas não se pode negar que a proposta do treinador do Fortaleza é ambiciosa e pode render grandes conquistas.
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