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OPINIÃO: A camisa 10 do Fortaleza

Camisa 10 do Fortaleza
Foto: Bruno Oliveira

Desde o início da passagem de Juan Pablo Vojvoda pelo Fortaleza, nunca ficou claro quem assumiria a titularidade absoluta do time como aquele “camisa 10 clássico”. Naturalmente, atribui-se essa responsabilidade ao jogador que veste o número, mas isso não foi unanimidade no Leão. Diferentes jogadores tentaram tomar para si a posição, mas nenhum conseguiu obter a confiança do comandante técnico do Tricolor de Aço.

Apesar de ter sido um dos principais jogadores do Fortaleza durante a primeira temporada de Vojvoda no clube, Lucas Crispim jamais conseguiu engatar uma boa sequência de atuações como meia articulador. Seus principais momentos com a camisa tricolor foram atuando como ala-esquerdo, ainda no surpreendente primeiro esquema tático do treinador argentino, em 2021, que aproveitava ao máximo das qualidades do camisa 10 e Yago Pikachu para qualificar o ataque do Leão pelos lados do campo.

Matheus Vargas, Lucas Lima e Rómulo Otero são exemplos recentes de meias que não conseguiram se firmar com a camisa do Fortaleza. O primeiro nunca conseguiu alcançar um desempenho aceitável para o nível da Série A e não é por acaso que irá vestir a camisa do Sport para a disputa da segunda divisão do Campeonato Brasileiro no ano que vem. Rómulo Otero segue com o futuro indefinido pelo clube cearense, já que não possui tantos minutos em campo com a camisa vermelha, azul e branca, mas foi dele o importante gol de empate contra o Atlético-GO no Castelão, em 2022. O venezuelano aguarda pela avaliação final do treinador argentino.

Lucas Lima é um jogador que considero bastante injustiçado pela grande maioria da torcida do Leão. Apesar de não ter conseguido somar bons números pelo Fortaleza enquanto ainda estava em forma, o jogador melhorou muito a qualidade do meio-campo depois de sua estreia. Seu posicionamento dentro do campo, sempre procurando o lado direito, favorecia Yago Pikachu, que ganhava liberdade para infiltrar a área dos adversários pelo centro. Durante sua primeira temporada e a fase de grupos da Libertadores de 2022, Lucas Lima chegou a entregar boas atuações, mas nunca a constância necessária. E é exatamente por isso que não faz parte do planejamento de Vojvoda para a próxima temporada.

Ainda há inúmeras dúvidas em relação à posição de camisa 10 no Leão. O falta de confiança da comissão técnica nestes atletas foi tamanha que Vojvoda teve que trocar seu tradicional 3-5-2 pela utilização de três volantes no meio-campo, num 4-3-3. Tornou-se, portanto, previsível que o Tricolor priorizasse a contratação de um meia para a disputa da temporada de 2023. Seria Christian Bernardi o tão sonhado meio-campista de criação que o Fortaleza tanto aguarda? O clube ainda contratará outro jogador para a posição? Lucas Crispim será, enfim, considerado para oferecer disputa à titularidade? Somente o tempo irá responder, mas uma coisa é certa: a próxima temporada promete ser a mais difícil desde a conquista do título da Série B.

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