OPINIÃO: A estrangeirização do Fortaleza pode ser um tiro no pé?

Que o patamar do Fortaleza subiu, todos já sabem. O curioso, nesse caso, é a ascensão meteórica de uma equipe que tempos atrás estava procurando jogadores nos times estaduais e regionais para contratar.

Não é desmerecendo, muito menos desdenhando da qualidade de qualquer um desses jogadores, mas o nível do Fortaleza está além. Não foi degrau por degrau, eu acredito que o Leão do Pici pulou várias etapas, e já chegou a um ponto que, caso siga fazendo boas temporadas, entrará para a galeria dos grandes em pouquíssimo tempo.

Um dos fatos que evidencia esse crescimento e elevação de patamar é a janela de transferências do clube para 2023. Atualmente com um técnico argentino, ativo e observador do mercado da bola sul-americano, muitas das contratações do tricolor são jogadores estrangeiros.

Os meias Christian Bernardi, vindo do Colón, e Tomás Pochettino, que nos enfrentou jogando pelo River Plate na Libertadores de 2022, são dois exemplos da estrangeirização cada vez mais presente no plantel do Fortaleza. Ainda existe a probabilidade de mais um, o atacante argentino Juan Martín Lucero, do Colo-Colo.

Mas, afinal, isso é ruim para o Fortaleza? Somente o tempo dirá. Um dos fatores que pode ser um obstáculo no começo é a barreira linguística. Querendo ou não, não falamos a mesma língua, embora o “portunhol” seja bastante compreensível quando se trata da comunicação com os “manitos”.

O fato é que o respaldo de uma equipe que consegue trazer jogadores que já atuaram em times com tanta tradição quanto o River Plate, sobe mais ainda, e ajuda a elevar ainda mais um patamar para o Leão. No que diz respeito à qualidade técnica individual, a expectativa é de mais uma temporada com bom desempenho, principalmente pelo “fator surpresa” que os estilos de jogo dos estrangeiros trazem à mesa.