OPINIÃO: Nasce um torcedor que testemunhou passado e futuro

O Fortaleza Esporte Clube me conquistou ainda pequeno, quando me mostrou o que era um ídolo e o seu peso na história de um time. Enquanto criança, eu ouvia do meu pai as histórias daqueles ídolos que passaram pelo Leão, mas eu ainda era muito jovem para lembrar do futebol. Também ouvi meu pai falar de Bosco, Dude, Ronaldo Angelim, Rinaldo, Lúcio Bala e, principalmente, do baixinho Clodoaldo que, por sinal, foi quem me transformou em um verdadeiro torcedor do Fortaleza.

O ano era 2005. Com 8 anos, meu pai me levou ao estádio montado em seus ombros, não pela primeira vez, mas esse foi o dia que comecei a desenvolver o amor pelo Fortaleza que, hoje, já amadureceu. O jogo estava empatado em 0x0 contra a equipe do São Paulo, até que Clodoaldo entrou no segundo tempo e marcou o gol que definiu a partida para o único time nordestino na Série A contra o futuro campeão mundial daquele mesmo ano. Um Castelão lotado e eufórico estava testemunhando o passado e o futuro do clube sem saber disso. Por um momento, pude ver em ação dois ídolos do Leão do Pici se enfrentando em campo.

Também não tem como não falar dos nomes recentes da história do clube. Eu, já mais velho, ainda me arrepio ao lembrar daquele gol de Cassiano. Vi Tinga dominar a lateral direita e também vi Marcelo Boeck garantir o fim de longos anos de sofrimento e tristeza, mantendo-se leal ao clube por tanto tempo que agora faz parte da gestão, ao lado de outro ídolo, Marcelo Paz.

Nossa história recente ainda está sendo escrita. É uma felicidade sem fim ver o nascimento e a ascensão de mais um ídolo, dessa vez, estrangeiro. Juan Pablo Vojvoda chegou como um desconhecido e, hoje, mantém o Tricolor de Aço como um símbolo de luta e perseverança, como sempre foi e sempre será. Espero que daqui a alguns anos eu possa entrar em um Castelão lotado, com meu legado de mãos dadas comigo, ou montado em meus ombros, e possa, assim como meu pai fez, mostrar a grandeza e o esplendor do Fortaleza Esporte Clube.